O laranjal reúne-se na Póvoa

XXIX Congresso do PSD

Alguns já lá estão, outros estão a acabar de fazer as malas, outros ainda não conseguiram um tacho porreiro e por isso estão à espera das seis da tarde para arrancar, outros andam sem paciência e ficam em casa.

Depois dessa maravilhosa introdução democrática que foram as directas o PSD reúne-se, novamente, em Congresso, 23 moções que provavelmente ninguém vai ler, transmissão em directo pela internet e provavelmente o único motivo de interesse vão ser os lugares que quem conquista no Conselho Nacional. Sim porque antigamente ainda se negociava para a CPN mas isso agora acabou, estão a matar o congresso!

Infelizmente o PSD não é governo e portanto a comitiva de Mafra não pode ir “fazer lobby para ver se se consegue sacar mais qualquer coisa para a terra” (as palavras, obviamente, não são minhas, eu até me quemei por apoiar outras ideias), mas um fim de semana na Póvoa é sempre porreiro, e sempre se dá nas vistas e se travam uns conhecimentos…

Até agora só li a moção “Manifesto da culpa dos outros”, está muito boa, escrita num tom irónico por três teóricos vai acertando em cheio nos pontos em que o PSD tem falhado e vai continuar a falhar, ou não fosse toda a lição repetida sempre que possível na JSD. Por falar na Jota, vou tentar ler a moção “Regenerar Portugal”, digo vou tentar porque pelo início dá para esperar mais do mesmo e se assim fôr daqui a pouco vou-me cansar e fechar o PDF.

O que eu gostava mesmo era que a malta se deixasse de politiquices e se dedicasse à política à séria:

fig.,
astúcia;
maneira hábil de agir;
civilidade.

É pena mas dia 25 a JSD Lisboa reúne-se em Conselho Distrital e adivinho uma produtividade semelhante à deste congresso: muitos ataques, muitos contra-ataques, algumas defesas (sim, porque na “política” mais do que em qualquer outro lugar o ataque é a melhor defesa: bate-lhe até não se conseguir mexer!), uns quantos a dizer – pelo quinquagésimo CD consecutivo – que malta devia era de discutir ideias sem nunca apresentar algo que se assemalhe a tal.

Claro que, provavelmente, eu sou apenas mais um teórico e que a culpa disto tudo é dos outros.

Publicado por

Nuno Ferro

Nuno Ferro tem 38 anos, cresceu em Mafra e mais tarde mudou-se para Lisboa. Actualmente, trabalha na Sky como Reliability Manager.

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