Das 12 candidaturas ao executivo lisboeta apenas a de Carmona saiu verdadeiramente vencedora, o segundo lugar para quem, numa primeira fase, teve dificuldades em reunir os apoios necessários para se candidatar só pode saber a vitória.
Ao PSD coube o que se esperava e que foi merecido, uma derrota de tal forma estrondosa que ficou atrás de Carmona, o “chosen one” de Marques Mendes em 2005 e que agora havia sido condenado sem direito a julgamento. Mas tirá sido esta derrota uma vitória para o PSD? Será desta que vamos ver um verdadeiro líder à frente do partido? Como social democrata espero que sim, mas receio que Menezes seja apenas um populista e Aguir Branco demasiado discreto (quem é que se lembra dele?).
Helena Roseta percebeu da pior forma que os 73 mil votos que Alegre teve em Lisboa não lhe pertenciam, ainda assim conseguiu eleger-se e levar acompanhante. O discurso anti-partidário que teve não a favoreceu, fica mal alguém criticar o sistema partidário quando passou a maior parte da sua vida num partido.
O PCP ficou na mesma, e Ruben de Carvalho continua a não precisar de ir à procura de emprego.
Continuam a haver 13 mil eleitores que consideram que o “Zé faz falta”, felizmente são menos 9 mil do que em 2005. Esta é a candidatura que mais se deve preocupar com a descida real de votos, aqui está a prova que as pessoas não querem um bufo, que mais não faz do que travar tudo em que se consegue pôr no caminho, se quem elegeu Sá Fernandes no passado achasse que ele realmente faz falta à capital então o seu resultado teria sido muito melhor.
O CDS/PP tem de começar a perceber que precisa de ser mais CDS e menos Paulo Portas, nunca acreditei neste regresso de Portas e este resultado demonstra que em Lisboa muito poucos acreditaram. O afastamento de Nogueira Pinto, que era bem vista como vereadora, também não ajudou em nada a contagem final de votos em Telmo Correia.
Do outros convém apenas realçar a quase duplicação do número de votantes no PNR que ficou à frente de Manuel Monteiro.
Quanto a António Costa, o novo Presidente da CML vai ter um sério desafio pela frente, sem maioria no executivo e com uma Assembleia Municipal hostil, receio bem que desta é que Lisboa pára durante dois anos enquanto a delegação de Sócrates se vai queixando de querer fazer mas não conseguir por culpa das forças de bloqueio.
Talvez o circo apenas agora tenha começado…