Se pensas que pensas, pensas mal, quem pensa por ti é o Comité Central!

6 frases de comunistas:

  1. Fuzilamentos, sim! Fuzilámos! Fuzilámos e fuzilaremos enquanto for necessário. A nossa luta é uma luta até à morte.“, Ernesto Che Guevara;
  2. “Uma única morte é uma tragédia; um milhão de mortes é uma estatística.”, Josef Stalin;
  3. “Tenho dúvidas que [a Coreia do Norte] não seja uma democracia”, Bernardino Soares;
  4. “A morte resolve todos os problemas – sem homem, sem problema”, Josef Stalin;
  5. “O comunismo não é amor. O comunismo é um martelo com que esmagamos o inimigo”, Mao Tse-Tung;
  6. Derrotada pela traição interna e pelo cerco imperialista, da democracia soviética, a mais perfeita até hoje alcançada pela humanidade, restam poucos focos no mundo que resistem. Mas outros se levantam.“, Leandro Martins.

Publicado por

Nuno Ferro

Nuno Ferro tem 38 anos, cresceu em Mafra e mais tarde mudou-se para Lisboa. Actualmente, trabalha na Sky como Reliability Manager.

10 comentários em “Se pensas que pensas, pensas mal, quem pensa por ti é o Comité Central!”

  1. Bem, isto até que é ser tendencioso. Então e aqueles comunistas que não subscrevem de todo essas afirmações?

    De facto, faz-me lembrar o teu post sobre os grandes portugueses. É o extremar das ideologias ao mais absurdo limite.

    Mas até acho bom, sabes? Até porque me faz reflectir que mais do que os rótulos, direita, esquerda, centro, cada vez mais a política e a sociedade se deveriam reger por ideias e não ideologias.

    Mas que sei eu? Eu sou daquela esquerda que de vez em quando dá a palmatória à direita e centro direita (mas só de vez em quando).

  2. Ana,

    Há que ser tendencioso, esquerda e direita não são a mesma coisa, nem nunca hão de ser. As diferenças existem e são maiores do que as eleições fazem parecer.

    Portugal ainda vive sobre o estigma do 25 de Abril, qualquer pessoa que ouse manifestar-se um pouco mais à direita é apelidado de fascista. Um bom exemplo do que digo é o preâmbulo da nossa Constituição, acho ridículo que ainda se fale em MFA e “sociadade socialista” passados mais de 30 anos.

    Em suma, em Portugal, a democracia ainda não saiu de casa dos pais.

  3. Concordo em absoluto com o que disseste. Parece que ser-se de direita é quase ser-se ditador. Mas acho que se corre o risco de generalizar, e foi apenas nesse sentido que referi o teu post como “tendencioso”.

    Esquerda e direita não são, de todo, semelhantes, equivalentes nem mesmo aparentados. Mas há muita direita dentro da direita e, sobretudo, muita esquerda dentro da esquerda. Dizia Marques Mendes que é uma questão de rótulos. É. Mas ainda creio haver cérebros pensantes atrás dos rótulos.

    Finalmente, uma pergunta. Qual democracia?

  4. “A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português (…) de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.”
    (http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Portugal/Sistema_Politico/Constituicao/constituicao_p00.htm)

    A força destas palavras, como os princípios na base de palavras poderosas como “Social Democracia”, comuns aos estatutos do PSD e do PS, foram e são paradigmas da geração dos nossos pais, que as entendem com a emoção e o significado daquilo que para além de ser a nossa história recente foi por eles vivido com a intensidade de quem respirou esse tempo.

    E se na filosofia grega paradigma era considerado o livre fluir de vários pensamentos no mesmo sentido, facto que conduzia às ideias, novos paradigmas como o do chavão actual “desenvolvimento sustentável” ou mesmo “bioclimático”, emergentes com o Relatório de Brundtland, entendem-se como tal agora, mas 20 anos depois das primeiras vozes o gritarem.

    É bom que o significado de palavras tão inconciliáveis como “Movimento das Forças Armadas” e “fascismo” permaneçam no nosso léxico, mesmo no institucional, para que seja possível perceber a história como parte daquilo que é a sociedade actual, evitando tendências autistas como a promoção de debates e manifestações contra a construção de museus nos arredores de Santa Comba Dão antes que atinjamos a brutalidade de negar holocaustos.

  5. Como deves imaginar refiro-me à história (recente) com a qual uma boa parte da sociedade ainda se relaciona intimamente pelo simples facto de a ter vivido directa ou indirectamente.

    Tenho 33 anos (sabes bem) e lembro-me que fiz o secundário, antes da exaltação da liberdade na Escola de Artes Visuais António Arroio, no antigo Liceu D. Filipa de Lencastre em Lisboa, onde a maioria dos dinossauros professores responsáveis pela cadeira de História resolveram saltar do pós-guerra para a adesão à (então) CEE. E, literalmente, saltámos um maço de páginas dos compêndios…
    Foi como se o 25 de Abril 74 e as condições que a tal levaram e daí advieram devessem espontaneamente eclodir nas nossas mentes, por se entender que a maioria não compreendia isenção suficiente para administrar estes assuntos em matéria de ensino.
    Para quem esta fase não foi só hormonas, festas e desporto, estimulou a procura própria, fomentando debate nos seios familiares de quem teve o privilégio de discutir estes assuntos com moderação, bem fundamentados e sob perspectivas de autores de diferentes vertentes.
    (E não tenho o topete de me incluir, moderação não era prerrogativa na adolescência, quanto mais na minha…)

    Mas tendo, pela vontade e convicção ideológica dos meus pais feito o meu liceu em escolas públicas, acredito que tal aconteceu por viver esta situação a menos de 10 anos da revolução e por tal low profile evitar explosões reaccionárias e oportunismos, muito embora uma boa parte de mim o critique abertamente ainda hoje.

    Evidentemente a inclusão dessas palavras na Constituição reporta também a um tempo diferente dos nossos dias. Um tempo de exageros, de expressões como “as massas”, “o povo unido”, do regresso à vontade que só a ideia consciente de liberdade adquirida finalmente permite. E que melhor instrumento para tal que a própria Constituição?!

    (E repara que até esta “consciência de liberdade” é absolutamente discutível numa plataforma de ignorância, insipiência e dominação… Mas, caro Ferro, “essa não é aqui a questão fundamental”)

    Nostalgia à parte, chegará eventualmente o momento do rasgo de confiança numa utópica sociedade de valores onde o civismo, a cultura e a entreajuda proliferem e em que esses termos devam, possam e sejam abertamente evaporados até dos mais fundamentais instrumentos democráticos.

    Assim, compreendo que uma das perspectivas desta análise seja torná-la meramente uma questão geracional. E entendo o teu exagero comparando a história recente com aquela com que não nos identificamos directamente. Mas, repara, estou a utilizar a 1ª pessoa do plural com o intuito claro de demonstrar que sentimos os factos contados como história de formas que diferem das características dos seus autores, do nosso estado de espírito nesse preciso instante, ou do simples facto de as termos, ou não, vivido.

  6. A questão fulcral é que o 25 de Abril já lá vai e metade do país ainda não saiu do PREC, ainda na sexta-feira se gritava “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” pelas ruas de Lisboa…

    Mas já agora, eu sou da geração em que a História moderna se resume ao 25 de Abril, da I República pouco se falou, do 25 de Novembro nem uma palavra, nem tão pouco fez parte do programa a forma como Salazar chegou ao poder.

  7. É curioso falares do PREC neste contexto uma vez que foi esse processo que levou à inclusão dos tais termos na Constituição que, apesar das sucessivas revisões, é a de 1976.
    Acredito no entanto que o contexto é bem diferente desse período atribuladamente negro.

    Muito embora a mentalidade de muitos portugueses ainda paire nessa bola de sabão do “enquanto houver um Português sem trabalho e sem pão a revolução continua”, agora o sentido das palas é ditado pela vontade do umbigo e a ambição individual torna algumas acções concertadas lentas, impossíveis ou simples utopias.

    Partilho em grande medida a direcção do teu comentário.
    Respira-se desempenho ou aldeia global, ultrapassam-se os princípios da macro-economia de Keynes que, mesmo agora na era pós-John Nash (quem não viu o “Uma mente brilhante”?!), continua genericamente a base da ciência económica moderna, mas em Portugal ainda há quem viva fechado em preconceitos como “um trabalho para a vida” ou em expressões como “eles, os que governam”.
    Ora, sem o carisma de um líder ou de uma religião violentamente dominante a encabeçar um regime ditatorial e a estabelecer os objectivos, alguns ainda parecem (como tordos) esquecer que a sociedade somos NÓS e que uma evolução sustentada do nosso decadente Estado Social deve fortalecer os mesmos princípios que levaram à Revolução de Abril e não apenas à revolução em si.
    Porque o que levou à revolução em si é muito mais do que o nosso “isoladamente sós” e afinal de contas não é com o processo, apesar de historicamente cíclico, que se aprende e que há o “click”?!

    Como desabafo, é triste muito embora previsível que programas como o Thermie, pela Comissão da União Europeia, que levou de 85 a 1995 até se implementar e só com a força anímica de figuras públicas e de milhares de técnicos anónimos de todo o mundo é que tenha contribuído para levantar o manto espesso controlado e regulado pelos mesmos cartéis que agora absorvem as tecnologias na base das alternativas energéticas…
    Enfim, afinal de contas, mudam-se os princípios do isolamento e da ignorância. Agora a informação abunda e são os critérios e a escala que juntos constroem a perspectiva.

    Gosto deste meio de debate, é livre e identificando os autores parece-me responsável, mas não estou equipado ainda para um blog próprio. Aceitas que lance um tema no teu blog? Estou curioso quanto às opiniões…

    Apesar de alfacinha tenho família próxima em Santa Comba Dão (essa bela localidade que já conheceste comigo) e estes assuntos sempre foram tema de discussão com maior ou menor animosidade.

    O museu que a autarquia quer construir no Vimieiro, nos arredores da cidade de Santa Comba Dão (e muito bem na minha modesta opinião também como eclético de esquerda que na minha ignorância me gosto de imaginar).
    Parece-me evidente que tira partido precisamente dessas animosidades ligadas à terra onde o ditador nasceu utilizando-as para atrair turismo como nicho de puro e simples marketing. Lembro-me daquela indiscutível ilacção ética “não é possível haver bom marketing ao serviço de maus produtos ou de más ideias” (Luís Barbosa, Prefácio do “Mercator”).
    Mas a ideia em causa aqui é o museu, não o fascismo ou a pessoa do ditador português. E um museu é mais do que um edifício, é um percurso, uma interpretação da história que evidentemente também nunca é genuinamente isenta.

    E se tal fosse, como eu gostaria, alvo de um concurso de ideias e acabasse projectado por um arquitecto que até poderia ser, ao olhos da terra, do lugar, um non-believer de esquerda?

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