A A21 e as eleições

Ao longo da recolha de assinaturas para a Petição “Por Portagens Mais Justas na A21” vi várias pessoas a associar a problemática do aumento das portagens com a opção de voto nas eleições autárquicas.

Houve até pessoas que me disseram algo do género “agora espero é que esta gente não volte a votar neles”.

Errado!

Um mandato não pode ser avaliado apenas por uma obra e é preciso ter em linha de conta que se não fosse o executivo de Ministro dos Santos seria impossível chegar em cerca de meia hora de Lisboa à Ericeira. Ah mas é caro! Pois é, excessivamente caro para quem precise de utilizar todos os dias.

É aqui que deve entrar a participação cívica, houve um erro ou uma falha no planeamento do modelo de negócio da A21 que de facto não presta a melhor relação preço/benefício e cabe agora aos cidadãos fazer o executivo camarário (agora a Estradas de Portugal) ver e compreender isto. Mas não me parece que seja esta a razão para deixar de votar PSD nestas eleições.

Acresce ainda o facto de os outros partidos terem andado caladinhos este tempo todo e quererem agora capitalizar os protestos de vários cidadãos que decidiram intervir e protestar por iniciativa pessoal e independente.

Para resumir: a A21 foi apenas mais uma das inúmeras obras realizadas durante os últimos mandatos e não deve ser o principal factor de decisão na escolha do próximo executivo. Pode ser um factor mas não pode ser o único.

Porque vou votar PSD

Não fosse eu militante do PSD e ainda poderia ter dúvidas se havia de votar na lista encabeçada por Ministro dos Santos. Se assim fosse poderia fazer uma escolha por exclusão de partes:

  • o Bloco de Esquerda apresenta-se na sua linha do costume, sem história no Concelho e com um cabeça de lista “intelectualoide” (foi este o termo com que me foi descrito por um militante do BE), pela ideologia e pela amostra que tivemos noutros executivos camarários (vide Sá Fernandes em Lisboa) nunca seria capaz de votar neste partido;
  • A Coligação Democrática Unitária tem um nove que me faz arrepios, democracia quer pluralidade e unitário não é plural. Para além disso o seu programa resume-se em “tirar de lá o Zé Ministro”;
  • O Partido Popular não tem expressão em Mafra e nem sei o que defende para o Concelho;
  • O PS já demonstrou a sua incapacidade em fazer algo pelo Concelho, a última vez que  esteve perto de ganhar ao PSD acabou por aceitar pelouros e nos mandatos seguintes foi uma nulidade como oposição;
  • Sobrava o PSD que tem obra feiita e entre que já deu mostra de que faz e o desconhecido mais vale votar no que já se conhece.

Outra forma de escolher em partido votar seria olhar para o que tem sido feito  nos últimos anos e pensar se vale a pena mudar.

Nos últimos anos o Concelho de Mafra assistiu a um desenvolvimento estrondoso, é certo que foram cometidos alguns erros mas só quem nada faz é que não os comete.

Desde os equipamentos desportivos, passando pela enorme aposta na educação – que levou a rasgados elogios por parte do Primeiro-Ministro e da Ministra da Educação (do PS) que inclusivamente afirmaram que Mafra é um exemplo a seguir pelas outras autarquias – acabando nas acessibilidades (deixo a questão da A21 para depois).

Nesta vaga de transformações que passou pelo Concelho convém ainda ter em conta a mutação de zona rural para suburbano e os desafios que por aí se colocaram. O saneamento básico tem sido uma aposta e em breve vai cobrir mais de 90% do Concelho.

Também no turismo a aposta tem sido clara e feita no sentido da qualidade em detrimento da qualidade.

O crescimento populacional do Concelho é indicador da qualidade de vida que temos. Se Mafra não fosse um concelho bom para viver certamente que não haveria tanta gente a mudar-se para cá.

Feita esta breve análise não arriscaria a mudar só porque “Mudança” é uma palavra que fica gira nos cartazes. Está feita a escolha, voto PSD.