É importante pensar o futuro

Fórum Lisboa - Novos Rumos

Se houve coisa que ficou patente no último Prós e Contras foi que não existe uma bandeira transversal a toda a juventude. A esquerda recai em temas como o aborto, o casamento de homossexuais ou a legalização das drogas leves. A direita tem estado, nos últimos tempos, órfã de bandeiras, preocupando-se mais com a agenda política actual.

A extinção do Serviço Militar Obrigatório foi uma vitória da JSD no governo de Durão Barroso, resultado de uma luta que durava desde a criação desta estrutura. Mas foi a última grande bandeira que a JSD teve.

Na distrital de Lisboa temos tentado introduzir novos temas na agenda política especialmente com as campanhas “Por uma verdadeira política de natalidade em Portugal” e “Geração Recibo Verde“, mas não ficamos por aqui, queremos preparar-nos para o futuro.

Com o objectivo de introduzir os temas que serão alvo de discussão no futuro, a JSD Lisboa organizou o Fórum Lisboa que se dividirá em dois fins de semana com os seguintes temas:

  • “O mundo após o Petróleo” – Eng. Carlos Pimenta (ex-Secretário de Estado do Ambiente;
  • “Biogenética, relação com a ética” – Dr. Pedro Nunes (Bastonário Ordem dos Médicos), Prof. Luís Archer (Investigador/Professor de Genética Molecular);
  • “Novos desafios dos Partidos para o século XXI” – Prof. Marcelo Rebelo de Sousa (ex-Presidente PSD), Vasco Rato (Professor Universitário);
  • “Regime de Adopção” – Prof. Pamplona Corte-Real, Prof. Guilherme Oliveira (Professores de Direito da Família);
  • “Europa: e agora Sr. Giscard?” – Carlos Coelho (Eurodeputado PSD), Prof. José Matos Correia (Professor Universitário, Deputado AR);
  • “Geração Recibo Verde” – Armindo Monteiro (Presidente da ANJE), Dr. Pedro Duarte (Vice-presidente grupo parlamentar PSD na AR e ex-presidente da JSD).

Os três primeiros temas serão discutidos durante o próximo fim de semana, os restantes serão no fim de semana de 27 e 28. O programa pode ser consultado aqui.

E porque não dás um saltinho ao auditório da Junta de Freguesia do Lumiar?

Prós e contras à juventude

Acabo de chegar do programa “Prós e Contras” cujo o tema foi “Juventude Inquieta”, podia começar com o tema e com a mania de juntar adjectivos como inquieta, irreverente, inconformada ou ainda mais uns quantos começados por “i”. No entanto prefiro olhar para a escolha dos convidados que supostamente iriam responder às perguntas “Como é ser jovem em Portugal” e “Qual é então o futuro da juventude portuguesa?”.

Começo pelo que, supostamente, Fátima Campo Ferreira queria que fosse o um exemplo para os jovens portugueses, ou que pelo menos deveria ser um representante já que era único jovem que não estava sentado na plateia. O primeiro erro seria querer representar a juventude numa pessoa, é impossível, afinal somos todos diferentes ainda que todos iguais, depois convidar alguém que assume publicamente que não cumpre o dever democrático de votar é, no mínimo, ridículo.

Continuo pela Carla Moura, presidente do Conselho Nacional de Juventude, uma jovem tão jovem que já não tem idade para estar numa juventude partidária… Ôca, ainda assim esteve bem ao afirmar que há muitos jovens que se interessam por causas mais nobres que o seu umbigo, de vez em quando lá fez o favor ao Sócrates e elogiou uma ou outra medida do Governo, deve continuar à espera de coordenar uma comissão inter-ministerial de que se falou há tempos…

José Barata Moura é um exemplo de como dizer algumas coisas interessantes não chega se depois nos tornamos intragáveis, achei piada que tivesse levado claque.

Daniel Sampaio, dos não jovens o que fazia mais sentido ali estar, ainda que também não tenha respondido às “grandes” questões do programa foi o único que contribuiu para o futuro, que fez propostas concretas, talvez por isso tenha sido o único que conseguia manter a sala calada enquanto falava.

Dos relatos dos jovens da plateia achei piada ao primeiro, então não é que a jovem se indigna por ter tirado um curso que toda a gente sabe que tem poucas saídas, e que milhares de jovens estão a tirar, e agora estar sem trabalho… Relações Internacionais e Ciência Política são dois cursos que eu gostava de tirar, mas não ia ficar à espera que me dessem emprego.

Depois tivemos o empreendedor, foi pena que tenha ficado a ideia “Ah, ele conseguiu porque os papás tinham dinheiro”, tal como foi errado a Carla Moura depois vir dizer que não existem apoios ao empreendedorismo jovem, eles existem mas estão mal divulgados. Ainda assim é de louvar o exemplo de alguém que não só cria o seu posto de tabalho como o faz numa área inovadora.

Dos outros exemplos gostei do que falou no voluntariado, nesta matéria parece-me que os jovens portugueses até gostam e querem participar, o problema é que muitos não sabem ea maior dificuldade é convencê-los a começar, lembrei-me várias vezes deste artigo.

Usou-se muito o termo “Geração Recibos Verdes”, fruto da campanha da JSD Lisboa, e houve até um exemplo de como o uso dos Recibos Verdes em Portugal se encontra totalmente desvirtuado, nesta questão eu fico sempre a pensar porque raio há-de um jovem pagar tamanha contribuição para a Segurança Social se depois não tem qualquer tipo de protecção…

Chegou a vez de as juventude políticas darem a sua opinião, uma alteração de última hora, há uma semana não era isto que estava previsto. JS com um discurso populista e demagogo, não é fácil ser-se líder da juventude do partido que está no poder, ainda para mais se gostarmos muito do lugar que temos… JSD mal representada, o Daniel Fangueiro ainda que não estivesse em forma – está doente – nunca seria capaz de muito mais, teve oportunidade para brilhar e acabou por escorregar nas cascas de banana que a Fatinha lhe deu. JP em grande, o único que conseguiu mostrar que há mesmo jovens com ideias e sem discurso gravado em cassetes mais velhas do que eu. JCP, por falar em cassetes… BE, o que é que ela disse mesmo?
De salientar o facto das juventudes partidárias não serem convidadas a falar por o tema ser a liberalização das drogas leves, o aborto ou o casamento de homossexuais. Ainda assim a oportunidade de mostrar que as jotas têm um contributo muito importante para dar foi desperdiçada.

No fim as questões que serviram de mote ao programa continuaram sem resposta e a única coisa positiva foi o reacender do debate em torno da “Geração Recibos Verdes”.

(são quase 3 da manhã e estou sem corrector ortográfico, desculpem lá qualquer coisinha)