Os lobbies são nossos amigos

Discute-se por aí a criação de um standard ISO para o formato Office Open XML da Microsoft, para que Portugal tenha voz nesta matéria foi criada uma Comissão Técnica (CT) para avaliar os standards ISO na área de documentos estruturados.

Segundo o Mário Valente, Presidente do ITIJ, estiveram presentes nessa reunião:

  • 2 pessoas do II (Instituto de Informatica)
  • 1 pessoa do poder autarquico (Alentejo)
  • 1 pessoa da Jurinfor
  • 2 pessoas da Microsoft
  • 1 pessoa da Primavera
  • 1 pessoa do ISCTE
  • 2 pessoas da Assoft
  • 1 pessoa do Inst. Informatica da Seg Social
  • 1 pessoa do Inst. Tecn. Informacao da Justiça

Olhando assim de repente, parece-me que a Microsoft está bem representada já que Jurinfor, Primavera e Assoft são parceiros da mesma. O facto do seu representante ter sido eleito presidente da CT, com sete votos a favor e um branco, também demonstra como esta Comissão será favorável ao standard da Microsoft.

Este é um exemplo prático de como fazer lobbying: convidam-se entidades que nos sejam favoráveis, juntam-se umas que sejam ou pareçam neutras e se houver alguém hostil ainda melhor, depois cria-se uma comissão que irá dar um parecer sobre algo que nos interessa e, se tudo correr, o parecer ser-nos-á favorável.

A grande questão aqui é que as coisas só correm bem se quem se opuser a nós andar a dormir, caso contrário poderão integrar essa mesma comissão e dar a volta à coisa. Se estivessem bem acordados já teriam feito o mesmo mas primeiro.

O grande problema da ANSOL e de outros que defendem soluções não Microsoft (caindo mesmo na imbecilidade de serem anti-Microsoft só para serem contra) é que não sabem mostrar porque é que podem ser melhores, nem tão pouco se esforçam para o mostrar a quem devem. Enfim, pensam que fazer lobbying é escrever uns artigos nuns blogues que só os seus pares lêem…

(…) depois não venham fazer posts em blogs a dizer que “ah e tal como é que se admite, Portugal é atrasado e assinou um protocolo e está tudo mal”… Os “outros” pelo menos estão presentes na CT e nas reuniões; fazer posts em blogs e conversar à hora da bica é fácil…

A impossibilidade do iPhone em Portugal

Depois dos problemas burocráticos que tive parece-me simplesmente impossível que algo semelhante a isto aconteça na TMN.

A Apple e a AT&T criaram uma forma de comprar o iPhone numa loja, levá-lo para casa, escolher o tarifário e activar o telefone através do iTunes. Também curioso é o facto de lá se ter um plano de 450 minutos e dados ilimitados por 59 dólares (44 Euros) equanto cá o melhor que se arranja são 7,5 Euros para 100MB de dados e 50 Euros para 500 minutos.

E os 15 Euros mensais para poder usar 10 MB no BlackBerry é algo que só posso classificar de roubo. É pena não existir uma MVNO que se dedique a tarifários de dados.