Bruxelas, dia 2 – parte 2

Rotaract

Os contactos tinham sido feitos há algum tempo e o convite de participar na actividade social do Rotaract Club Bruocsella “Operação Thermos”, que consiste na distribuição de uma refeição quente aos sem abrigo da cidade, aceite por mim e pela Rita do Lisboa-Estrela. O Martin do Rotaract de Bruxelas foi impecável ao ligar-me a perguntar se tinha feito boa viagem e a dar-me as indicações de como ir ter à Universidade Livre de Bruxelas, com direito a SMS e tudo para não me esquecer do nome das estações.

Chegados à universidade o primeiro grande contacto com os belgas foi… estranho. São muito reservados, o que se passou foi algo do género “Estes são os Portugueses”, “Olá Portugueses” e continuaram como se nós não estivéssemos ali. Mais tarde vieram sentar-se junto de nós, conversaram um bocadinho connosco e quando reparámos já estavam novamente a falar entre eles em francês. Entretanto a comida estava a ser cozinhada e quando finalmente ficou pronta carregámos tudo para o autocarro da Carris lá do sitio e seguimos rumo à estação central. Pelo caminho fiquei a saber que a actividade é organizada pelo RTC Bruocsella 6 vezes por ano e que convidam sempre outros dois clubes, neste caso era o RTC Bruxelas e outro dos subúrbios que não consegui apanhar o nome.

Na estação as pessoas distribuíram-se pelos vários tabuleiros de comida, eu optei por ficar de fora e Rita ficou, se não me engano, a dar o puré. O meu objectivo era ficar a conhecer como funciona o Rotaract na terra das couves mirradas, e o Ben revelou-se um bom conversador. Entre outras coisas explicou-me que lá fazem reuniões distritais todos os meses com o objectivo de coordenar os projectos dos vários clubes, eu expliquei-lhe que nós cá fazemos conselhos distritais para cumprir estatutos, lá têm um presidente distrital, nós temos representante, lá chamam a conferência distrital de fim de semana lúdico, nós chamamos de conferência, lá dão primazia a grandes actividades sociais e depois centram muita da sua actividade na componente do companheirismo.
Finda a distribuição regressámos à universidade para limpar a cozinha, era tanta gente que em pouco tempo estávamos num restaurante onde o café era Camelo e, viemos a saber mais tarde, o dono Português, aqui já conseguimos quebrar o gelo e a comunicação com nossos companheiros belgas foi bem mais agradável. Houve gargalhadas, cerveja e prato típico com um nome impronunciável.

No fim o cansaço já se tinha apoderado completamente da Rita e o Ben deu-nos uma boleia até ao hotel.

Fiquei um pouco desiludido, esperava mais hospitalidade e o facto de nem sequer termos tirado uma foto todos juntos ilustra a distância que existiu entre nós. Para a próxima tento conhecer companheiros de Itália.

Bruxelas, dia 2 – parte 1

Les aventures de Ferro

Acordei com alguém a bater-me à porta, passava pouco das nove horas e tinha meia hora para me encontrar com o resto da malta na entrada do hotel, ia ser o nosso primeiro contacto com Bruxelas de dia.

Alguém tinha preparado um roteiro para o dia que começou por apanharmos o tram – que é uma espécie de Metro do Porto, tão depressa vai debaixo do solo como parece um eléctrico de Lisboa – no sentido contrário. Segundo me disseram íamos em direcção a um mercado de antiguidades mas na realidade – talvez também pela hora a que chegámos – não passava de um mercado feio de lixo onde só uns instrumentos musicais pareceram ter interesse.

Daí para o Palácio da Justiça não demorou muito, e esta terá sido a zona da cidade mais desnivelada por onde passei existindo até um elevador do género que queriam construir para o Castelo de S. Jorge. Chegados lá a cima a vista foi uma semi-desilusão, e havia putos a fazer uma barulheira desgraçada no recreio de uma escola, seguimos para a zona cara de Bruxelas, onde se encontram embaixadas e lojas baratas como a Versace, por esta altura já começava a ficar farto de estarmos sempre à espera de alguém…

Foi por aqui que comi o primeiro gauffre em terras belgas, estava bom mas mais tarde comi bem melhores, esta deve ter sido a parte menos interessante da viagem e foi aqui que, depois de almoçar, decidi voltar ao hotel para descansar para estar fresquinho quando fosse ter com os rotaractistas de Bruxelas.

Achei a rede transportes públicos um bocado confusa, mas talvez por não ter percebido muito bem a ligação entre o Metro e o Tram, ainda assim de onde estava para o hotel foi um pulinho e as duas horas de descanso souberam-me pela vida.