Na próxima sexta-feira a JSD Mafra vai a votos. Era minha intenção apresentar uma candidatura pois entendo que não basta falar, é preciso agir. Em coerência com a minha acção no passado relativamente à JSD Mafra, considero que era minha obrigação liderar um projecto que galvanizasse a JSD Mafra e a recolocasse no lugar de destaque que em tempos ocupou na política concelhia.
Infelizmente, a menos de 24 horas da entrega das listas não conseguimos reunir todos os requisitos.
Os requisitos nem são nada do outro mundo: 11 pessoas para integrarem a comissão política, 4 para a mesa do plenário e 20 subscrições.
Qual foi então o problema?
Em primeiro lugar é notório o afastamento dos jovens, foram demasiadas as pessoas que me responderam “eu não quero saber disso para nada!” ou ainda “a política não é para mim”. Se a primeira denota puro desinteresse a segunda demonstra como a JSD Mafra se afastou dos seu militantes ao ponto de estes pensarem que não têm lugar na política concelhia.
Em segundo lugar existe uma preocupante falta de responsabilidade e de sentido de compromisso nos jovens de hoje. Houve alguns que se mostraram interessados (alguns até muito) e depois simplesmente nunca atenderam o telefone ou optaram pelo sempre fatídico “depois ligo-te”. Esta coisa de um dia dizerem “vamos em frente, estou cheio de vontade” e no outro não se dignarem a atender o telefone, ou combinarem algo e depois não aparecerem é algo que me transcende e jamais compreenderei. Para mim compromisso assumido é para cumprir e mais vale não avançar do que mais tarde precisar das pessoas e não poder contar com elas.
Que projecto se perde?
Tenho esperança que o projecto não se perca, pelo menos na totalidade, as ideias ficam aqui expostas e quem quiser pode aproveitá-las.
O projecto que me propunha a liderar assentava em dois pilares: formação e reaproximação dos militantes à JSD.
Pela formação, e dado que estamos em ano de eleições onde mais do que nunca é preciso informar e formar, seriam realizadas 6 acções ainda este ano: uma sobre o funcionamento da União Europeia onde traríamos um Eurodeputado, três sobre as autarquias (Freguesias, Executivo Municipal e Assembleia Municipal) e outra sobre o funcionamento do Parlamento.
Reaproximar os militantes da JSD já seria uma tarefa mais árdua pois o estado em que a JSD Mafra se encontra é muito muito grave. Não houve um único militante com quem falei que soubesse quem é o presidente demissionário. Não houve um único militante que soubesse que actividades foram realizadas no último ano pela JSD Mafra. Não houve um único militante (excluindo os que se disponibilizaram para integrar as listas) que me dissesse que se sentia motivado para participar em iniciativas da JSD Mafra. Ainda assim era nossa convicção que é possível inverter esta situação. Voltar a organizar a JSD Mafra em gabinetes temáticos, dos quais se destacaria o Gabinete de Estudos, seria uma forma de integrar todos os militantes na acção da Comissão Política de Secção e desta forma motivá-los cada vez mais para uma participação activa.
A realização de reuniões de Comissão Política alargadas a todos os militantes seria uma forma de dar voz a todos, fazendo sentir aos militantes que a sua opinião conta e é importante. Voltar a cumprir com os estatutos realizando plenários de secção todos os trimestres, estas assembleias são necessárias para que a democracia interna da JSD funcione.
Para melhor comunicar com os jovens do Concelho de Mafra e para lhes dar a conhecer o trabalho da JSD Mafra é fulcral que volte a existir um site da JSD Mafra. Não conseguimos compreender onde está a responsabilidade dos que deixaram morrer este meio de comunicação tão importante…
Então e actividade política?
O nosso objectivo era ouvir associações juvenis do concelho, reunir com presidentes de Junta e outras instituições, desta forma, e coordenando com o trabalho do Gabinete de Estudos, teríamos matéria suficiente para elaborar a nossa Proposta de Políticas de Juventude. Esta proposta serviria também de base para o Manifesto Autárquico que regeria o trabalho a elaborar pelos autarcas indicados pela JSD.
Ao longo do mandato os autarcas da JSD seriam chamados a partilhar a sua experiência assim como a prestar contas do seu trabalho e a ouvir os militantes, com esta participação dos autarcas na vida da JSD seria também muito mais fácil construir e apresentar propostas em prol da juventude do concelho.
Esta é apenas uma pequena amostra daquele que poderia ter sido o nosso programa. Bastava que menos de metade dos que afirmaram não querer saber de política se atrevessem a agir para que este projecto fosse viabilizado.
Temos vontade de trabalhar mas temos pessoas a menos. Paciência, fica para a próxima, entretanto esperamos dar o nosso contributo construtivo pois o nosso slogan há de continuar a ser “Atreve-te a agir!”.